quarta-feira, 23 de junho de 2010

Karlla Girotto

Registro da performance Natureza Morta, 2005

A estilista ficou conhecida por seus desfiles performáticos, que buscam fugir da bidimensionalidade visual das passarelas. Já nos tempos da Casa dos Criadores, as apresentações causavam impactos com seus anjos caídos, suas patas de fauno, os quais prenunciavam que não estávamos diante do convencional.Em 2003, ela costurou pérolas na sua própria pele. A pele se tornava uma roupa, apesar da aparente nudez (foto 1). Na Galeria Vermelho, em 2004, ela fez um desfile-instalação: as modelos ficavam paradas e o público que se movimentava (foto 2). Depois, na sua estréia do Fashion Rio uma apresentação aberta nos jardins do MAM, com móveis antigos, mulheres-morcego, que causou furor entre cinegrafistas e fotógrafos, que tinham que abandonar a idéia do pit de fotógrafos que sempre privilegia, uma visão de um único ponto de vista (foto 3).

Em seguida, nos mesmos jardins do MAM a radicalidade aumenta. As modelos dormiam por longo período em camas longas, expostas quase como bonecas, com seus sapatos aprisionados em gaiolas. Na Viés, teve um desdobramento deste trabalho, que só podíamos presenciar o início da performance e o final (foto 4).

A performance “Invisível”, consiste numa mulher que dorme com a roupa durante uma noite na Galeria Vermelho. Seu sono é velado por um homem que usa uma roupa em que se assemelha a um animal. Embaixo uma mulher representa o tempo. Eles permaneceram lá durante a noite, sem que ninguém pudesse presenciar a ação. Era o inverso da superexposição que ela sofreu nos desfiles cariocas.

Fonte: Blog Fora de Moda

Um comentário:

  1. Excelente matéria que praticamente decifrou o universo de Karlla Girotto!

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