segunda-feira, 14 de junho de 2010

Encontro do dia 14/06

No encontro de hoje discutimos a relação utilitária das vitrines fotografadas. Elas, em geral, servem para expor o máximo de coisas possíveis que há na loja, para o cliente que passa já saiba desde a rua o que lhe interessa lá dentro. Achamos que isso está ligado a uma necessidade geral do público de ter uma ideia pronta, algo que não dependa de sua própria construção ou combinação. Por isso, além da vitrine já ter esta proposta, muitas das lojas vendem para o cliente combinações prontas das peças. Relacionamos isso com a arte contemporânea, estranha a maioria das pessoas justamente porque propõe uma decodificação ou uma construção feita pelo público, e não trazida pronta pelo artista.

Com base nesta conversa, voltamos para o texto do Canclini, que defende uma arte que se comunique com o povo latino-americano, um povo distante das referências tradicionais da arte, ao mesmo tempo que composto por elas e por outras. Para o autor, uma arte com o qual nós da América Latina nos identifiquemos deve conter o hibridismo do qual somos compostos e tentar conversar com ele através de concretismos, expressionimos, multi-mídia e até paródia. Fazendo uma relação com o nosso objeto de estudo, Curitiba, pensamos que o trabalho de identificar os estereótipos (que havíamos comentado no último encontro) pode ser últil neste sentido da paródia.

Estamos interessados em uma arte que não seja tão facilmente deglutida, que proponha sim uma construção por parte do público, mas que seja composta por elementos que ele identifique como seu, de sua identidade, possibitando assim uma ponte para que o apreciador artístico comum se aproxime desta obra. Já temos, então, um objetivo final para nossa pesquisa: uma criação nossa, que seja do campo da arte mas que tenha foco na moda, que se aproveite desta ponte.

Para isso, pensamos que nossos próximos passos seriam entender da onde os elementos vem e por qual filtro estão passando para formar os estereótipos. Da mesma forma, qual o caminho da moda conceitual. Para então, tentarmos perceber onde ambos se encontram (como por exemplo, o que é "moderninho" acabar sendo deglutido e virar o padrão).

Daremos continuação a estas discussões lendo o "Observatório dos Sinais". O dever de casa para o próximo encontro é ler o primeiro capítulo.

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